O Club Sportivo Sergipe anunciou a rescisão contratual com 17 atletas do elenco profissional. A decisão ocorre após os jogadores denunciarem atrasos salariais e alegarem pressão para desocuparem o alojamento do clube. Em uma carta aberta divulgada recentemente, os jogadores informaram que 16 atletas estavam treinando afastados, sem definição sobre o futuro no clube ou sobre possíveis rescisões contratuais. Além disso, relataram atrasos de dois meses nos salários e mencionaram que os que residiam no alojamento do Estádio João Hora de Oliveira estavam sendo pressionados a deixar as instalações.
O Sergipe confirmou o afastamento dos 16 atletas, mas negou qualquer pressão para que deixassem o alojamento, afirmando que todos poderiam permanecer até a conclusão das negociações. Quanto aos atrasos salariais, o clube atribuiu a situação a questões burocráticas decorrentes da troca de diretor financeiro e assegurou que os casos estavam sendo regularizados, com alguns atletas já tendo deixado o estado. A legislação brasileira prevê que atrasos salariais podem justificar a rescisão indireta do contrato de trabalho por parte do atleta. De acordo com o artigo 31 da Lei Pelé, a inadimplência por parte do clube por um período igual ou superior a três meses permite que o atleta rescinda o contrato e exija as compensações devidas.
Este episódio ocorre em um momento de transição para o Sergipe, que, após a eliminação no Campeonato Sergipano, passa por uma reformulação no elenco visando a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. O clube é agora comandado pelo técnico Dico Woolley, que busca reorganizar a equipe para os próximos desafios. A situação evidencia os desafios financeiros enfrentados por clubes de futebol no país e ressalta a importância de uma gestão transparente e responsável para garantir o cumprimento das obrigações trabalhistas e a manutenção de um ambiente profissional adequado para os atletas.
Por: Luiz Neto, repórter Revista Barra